Aprendendo com as HQs

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Muitas pessoas aprenderam a ler por meio de histórias em quadrinhos. Eu sempre li as HQs do Maurício de Souza desde criança, quando não tinha nada para fazer em casa até quando ficava doente e internada no hospital... Meu professor, de Teorias da Comunicação da universidade, também, começou a ler quadrinhos com 4 ou 5 anos de idade e, hoje, colecionador de quadrinhos, tem milhares de exemplares, literalmente. Numa HQ, o que temos é a “arte da comunicação” ao invés de uma simples aplicação da arte. 

Will Eisner, o mais famoso e renomado quadrinista americano, precursor da HQ moderna na riqueza de sua trama narrativa e na inovação gráfica de suas HQs, comenta em seu livro Quadrinhos e Arte Sequencial que uma HQ é a dieta literária inicial da maioria dos jovens.


Em seu livro também, usando de uma citação do jornalista Tom Wolf, diz que “o tema leitura está diretamente vinculado com o conceito de alfabetização, é aprender a ler, é uma atividade de percepção”. Ou seja, ao lermos quadrinhos, estamos nos alfabetizando.

Uma HQ possui elementos que caracterizam uma linguagem, usando-se da comunicação verbal e não-verbal (leia mais sobre os tipos de comunicação nesse artigo), nela são empregados vários signos e imagens, que de forma repetitiva se torna uma linguagem literária.

O uso da tipografia é outro elemento usado para expressão da linguagem. As onomatopeias, por mais que comunicam o que não é verbal... POW... BANG..., junto com o tipo da fonte usada, dá completo apoio a imagem, ou seja, o texto é lido como imagem.
Para a leitura de uma HQ, é preciso que o leitor exerça suas habilidades interpretativas visuais, o que dependerá de sua própria experiência visual, e habilidades verbais, com relação à gramática, enredo e sintaxe da história. Exige-se do leitor de uma HQ o esforço intelectual e a percepção estética. O artista que criará uma HQ, também precisará fazer o seu trabalho, e compreender a experiência de vida do seu leitor para transmissão de uma melhor leitura.

Espera-se que leitores de HQ tenham uma compreensão mais fácil da história com imagens e palavras. Com isso, estamos tendo ultimamente diversas adaptações de obras literárias para HQs. O livro O Príncipe, de Maquiavel, que usa a linguagem do século XVI, foi adaptado para os quadrinhos e, não vou negar, ficou muito mais fácil de entender seu conteúdo. Outra obra adaptada para os quadrinhos foi Memórias Póstumas de Brás Cubas, ainda não li, mas escuto comentários positivos.


Além de aprendermos a ler com uma HQ, nos alfabetizando, quando temos uma adaptação de uma obra literária para HQ, ela torna a nossa leitura muito mais rica, já que é feito o uso não só das palavras, mas de imagens e representações não-verbais. É um incentivo a literatura, deixando de ser apenas uma leitura de lazer e sim educativa.


Aguardem, que nesse final de semana, o Reino Literário visitará a Comix Book Shop, a maior loja de mangás e quadrinhos do Brasil. Surpresas vêm por aí!

Um comentário:

  1. Envei mensagem para o autor do blog, por favor me retornar:
    dario.chaves.dc@gmail.com

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